Café em Alta: Preços Sobem nas Bolsas com Preocupações Sobre Safra Brasileira e Oferta Limitada

O mercado internacional de café encerrou a quarta-feira (30) com recuperação nos preços após um dia de volatilidade. O principal fator de alta foi a preocupação com uma oferta mais restrita, impulsionada pelas estimativas de uma safra menor no Brasil — país que é o maior produtor global. Esse cenário sustentou os ganhos tanto para o arábica quanto para o robusta nas bolsas internacionais, com destaque para os contratos de setembro e dezembro, que apresentaram as maiores altas do dia. A movimentação também reflete a atuação técnica dos investidores, diante da constante vigilância sobre a relação entre oferta e demanda.

Segundo o analista Lúcio Dias, o curto prazo no mercado cafeeiro será dominado por oscilações técnicas, com volatilidade nos preços e forte influência das expectativas quanto à entrada da nova safra brasileira. A previsão é que a colheita de 2025 traga um certo equilíbrio, mas até lá, a pressão altista permanece, especialmente em função da qualidade e do volume ainda incertos da próxima produção. Isso reforça o comportamento especulativo nas bolsas, onde cada nova informação climática ou estatística de produção tem potencial de movimentar fortemente os preços.

No mercado interno, as reações foram mais contidas, com pequenas variações nas cotações do arábica. Enquanto Franca/SP registrou leve valorização, Guaxupé/MG teve uma pequena baixa. O boletim do Escritório Carvalhaes destaca que, apesar do interesse dos compradores, os negócios seguem travados pela baixa disponibilidade de café da safra 2024 e pela resistência dos produtores em negociar com os preços atuais. Esse desalinhamento entre a expectativa do mercado externo e a realidade do mercado físico brasileiro tende a manter o cenário de baixa liquidez e incerteza nos próximos dias.

Fonte: Notícias Agrícolas