Clima Adverso no Brasil e Estoques Apertados Impulsionam Alta nos Preços do Café
- Julhyana Veloso Nunes
- 22 de mai.
- 2 min de leitura

Os preços do café encerraram a segunda-feira com fortes ganhos, impulsionados principalmente pelas condições climáticas adversas nas regiões produtoras do Brasil. A escassez de chuvas em Minas Gerais, que registrou apenas 12% da média histórica na última semana, reacendeu preocupações quanto ao desenvolvimento da safra e à disponibilidade futura do produto. Esse cenário climático elevou o sentimento de risco no mercado e atraiu compradores, especialmente diante da atual limitação na oferta de café arábica disponível para venda, reforçando uma valorização de mais de 2% nas bolsas internacionais.
Do ponto de vista fundamental, a estrutura do mercado permanece apertada. Conforme destaca o analista Marcelo Fraga Moreira, os estoques globais continuam baixos, e a produção mundial ainda aponta para um déficit relevante em relação ao consumo — estimado entre 9 e 17 milhões de sacas. A entrada mais consistente da nova safra nas exportações só deve ocorrer a partir de junho, o que mantém a oferta limitada no curto prazo. Soma-se a isso a instabilidade geopolítica no Mar Vermelho e as incertezas tarifárias nos Estados Unidos, que adicionam volatilidade às negociações internacionais, conforme observado por analistas do Rabobank.
No mercado interno, o movimento de alta também se refletiu com força. Os principais polos produtores de arábica registraram ganhos expressivos, com cotações se aproximando ou ultrapassando os R$ 2.600 por saca, como em Franca/SP e Varginha/MG. O tipo Cereja Descascado também acompanhou essa valorização. Esses reajustes mostram que o mercado interno está fortemente alinhado com as oscilações externas e sensível ao cenário de oferta restrita. A tendência é que, enquanto não houver alívio climático ou avanço significativo da colheita, os preços sigam sustentados, tanto nas bolsas quanto nas praças brasileiras.
Fonte: Notícias Agrícolas
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