Futuros do Café Arábica Disparam com Preocupações Climáticas e Oferta Global Restringida

O mercado futuro do café arábica fechou a última sessão da semana com uma valorização significativa nos principais contratos nos mercados de Nova York e Londres. A alta foi impulsionada principalmente pelas preocupações com a oferta global do produto. Em Nova York, os contratos futuros para julho de 2024 subiram 870 pontos, alcançando 206,60 cents/lbp, e outros vencimentos também registraram aumentos substanciais. Em Londres, o café robusta teve um aumento de quase US$ 100 por tonelada, com o contrato de julho de 2024 subindo US$ 98 por tonelada para US$ 3518. Esse movimento ascendente reflete uma resposta direta às incertezas sobre a oferta global, especialmente devido às condições climáticas desfavoráveis em importantes regiões produtoras.

A falta de chuvas no Vietnã e no Brasil está no centro dessas preocupações. A Agência Meteorológica Nacional do Vietnã reportou chuvas 41% abaixo da média de longo prazo nas Terras Altas Centrais, uma região crucial para a produção de café. Esse déficit hídrico pode restringir significativamente a produção global de café, o que levou a uma corrida dos fundos de investimento para comprar futuros de café, exacerbando a valorização dos preços. No Brasil, a colheita de café está avançando, mas há preocupações com o rendimento da safra devido às altas temperaturas e à baixa qualidade da peneira em várias regiões, fatores que podem impactar negativamente a produção total.

No mercado físico, a valorização do café também foi observada nas principais praças de comercialização do Brasil. O tipo 6 bebida dura bica corrida registrou aumentos consideráveis em cidades como Poços de Caldas e Varginha, com preços subindo até 4,46%. O tipo cereja descascado também viu valorização, especialmente em Varginha, onde o preço aumentou 4,31%. Esse cenário reflete um mercado aquecido pela oferta limitada e pela alta demanda, com os produtores brasileiros beneficiando-se dos preços mais elevados apesar das dificuldades climáticas. A continuidade dessas tendências dependerá muito das condições meteorológicas nas próximas semanas e da capacidade dos produtores de mitigar os efeitos adversos do clima sobre a safra.

Fonte: Notícias Agrícolas