Mercado de Café Oscila com Estimativas da Conab e Baixa Liquidez no Brasil

O mercado internacional de café apresentou um comportamento divergente nesta terça-feira (06), refletindo a influência de fatores distintos nas bolsas de Nova York e Londres. Enquanto o café arábica encerrou o dia em alta, impulsionado por preocupações com a oferta e o andamento da colheita no Brasil, o robusta recuou diante dos dados divulgados pela Conab. A estimativa de um recorde na produção de conilon, com um crescimento de 28,3% na produtividade média e expectativa de 18,7 milhões de sacas, pressionou os preços na Bolsa de Londres, sinalizando uma oferta mais confortável para essa variedade.

Apesar do alívio momentâneo no robusta, o mercado segue atento a elementos estruturais que ainda sustentam os preços. Marcelo Fraga Moreira, da Archer Consulting, destaca que os embarques brasileiros, a colheita da safra atual e as exportações do Vietnã continuarão sendo os principais pilares de sustentação. Além disso, os estoques certificados na ICE permanecem baixos — cerca de 800 mil sacas — o que representa apenas quatro dias das exportações brasileiras, reforçando o quadro de limitação na oferta global, especialmente para cafés de qualidade.

No Brasil, o mercado físico permanece travado, com produtores segurando o café diante das atuais ofertas. Mesmo com a entrada da safra 2024, os volumes disponíveis são historicamente baixos, o que mantém a liquidez limitada. Ainda assim, os preços internos acompanharam parcialmente os ganhos da bolsa de NY, com altas registradas em importantes praças como Guaxupé, Franca e Campos Gerais. O comportamento dos produtores revela um mercado cauteloso e resiliente, pouco disposto a negociar abaixo de patamares considerados justos, o que sustenta os preços mesmo em um cenário de colheita ativa.

Fonte: Notícias Agrícolas