Pressão Climática e Câmbio Desfavorável Agravam Quedas no Mercado de Café
- Julhyana Veloso Nunes
- 25 de jun.
- 2 min de leitura

O mercado internacional de café registrou novas quedas nesta quarta-feira (25), dando continuidade à tendência baixista das últimas semanas. Os preços do arábica e robusta recuaram fortemente nas bolsas de Nova York e Londres, pressionados pela desvalorização do real frente ao dólar — movimento que estimula as exportações brasileiras e aumenta a oferta global. Além disso, a entrada da nova safra brasileira segue pesando sobre as cotações, com os agentes atentos aos efeitos do clima nas lavouras. Mesmo com registros pontuais de geadas em Minas Gerais e São Paulo, os impactos ainda são incertos e não foram suficientes para conter o pessimismo do mercado.
No plano global, o relatório do Rabobank trouxe uma projeção preocupante: queda de 0,5% na demanda mundial de café em 2025, puxada pelos altos preços ao consumidor final. A expectativa do banco é de que o mercado, que viveu um pequeno déficit na safra 2024/25, passe para um superávit de 1,4 milhão de sacas em 2025/26. Isso indica um possível período de acomodação nos preços, mesmo com a persistência de estoques baixos nos principais países produtores. Combinando esse cenário à melhora na produção, o sentimento atual é de precaução por parte dos compradores e realização por parte dos fundos especulativos.
No mercado interno brasileiro, os preços acompanharam a queda internacional, com perdas relevantes em diversas praças. O arábica tipo 6 registrou desvalorizações superiores a 5% no Sul de Minas, enquanto o cereja descascado também teve baixas expressivas em regiões como Varginha e Guaxupé. Apesar disso, o boletim do Escritório Carvalhaes aponta aumento no número de negócios com lotes da nova safra, sinalizando que os produtores estão aproveitando as oportunidades possíveis, mesmo em um ambiente de preços pressionados. O ritmo firme da colheita e a liquidez dos lotes de conilon indicam que o mercado físico começa a se ajustar às novas referências, aguardando possíveis mudanças no cenário climático e macroeconômico.
Fonte: Notícias Agrícolas




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