Recuperação do Arábica e Volatilidade Marcam o Mercado de Café em Meio à Queda nas Exportações Brasileiras

O mercado de café viveu um dia de fortes oscilações, encerrando a quinta-feira (15) com movimentos distintos nas bolsas internacionais. O arábica se recuperou significativamente após três semanas de queda, impulsionado pelas preocupações com a redução das exportações brasileiras. Dados do Cecafé revelaram uma queda de 28% nas exportações de café verde do Brasil em abril, comparado ao mesmo período do ano anterior. Essa escassez relativa de oferta gerou uma reação positiva no mercado, refletida na valorização expressiva dos contratos futuros em Nova York.

A volatilidade segue como característica marcante do mercado, segundo Heberson Sastre, da Minasul, devido ao baixo volume de contratos em aberto na Bolsa de Nova York. Isso significa que mesmo pequenos movimentos têm gerado grandes oscilações nos preços. Além disso, os fundamentos seguem os mesmos: oferta limitada, estoques baixos, clima desafiador e demanda global ainda firme, embora pressionada por incertezas econômicas. Com a chegada da nova safra, a expectativa é de um comportamento de preços semelhante ao do ano passado.

No cenário interno, a colheita já foi iniciada por cerca de 80% dos produtores da área atendida pela Minasul, com previsão de pleno andamento até meados de junho. A qualidade da safra, especialmente no Sul de Minas, tende a apresentar peneiras 17 e 18 em torno de 20% a 30%. A valorização do arábica nas bolsas refletiu-se imediatamente nos preços internos, com altas entre 2,4% e 3,7% em importantes praças produtoras. O robusta também registrou ganhos expressivos, especialmente em Espírito Santo do Pinhal/SP, com valorização de 7,69%, demonstrando um otimismo pontual no mercado nacional.

Fontes: Notícias Agrícolas