Incertezas Climáticas Elevam Preços e Cautela Entre Produtores para Próxima Safra
- Julhyana Veloso Nunes
- 5 de nov. de 2024
- 2 min de leitura

O mercado de café brasileiro vive um momento de incertezas quanto à próxima safra, apesar das recentes chuvas terem proporcionado boas floradas. A preocupação gira em torno do “pegamento” dessas floradas, pois, após um longo período de déficit hídrico, muitos cafezais estão debilitados e podem ter dificuldades em desenvolver frutos saudáveis. Segundo Eduardo Carvalhaes, uma avaliação mais precisa das perdas só poderá ser feita a partir de março de 2025, após a conclusão do ciclo das chuvas e o monitoramento das temperaturas na primavera e no verão, o que traz uma perspectiva de cautela ao mercado.
Esse clima de apreensão se reflete nos preços, com o arábica e o robusta registrando altas nos contratos futuros, indicando que os investidores já precificam a possível redução na oferta. Em Nova York, os contratos do arábica tiveram uma valorização de até 300 pontos, enquanto o robusta em Londres registrou aumentos variando entre US$ 39 e US$ 47 por tonelada. Esses aumentos são impulsionados não só pelas condições climáticas, mas também pela chuva abaixo da média nas principais áreas de cultivo, como Minas Gerais, que recebeu apenas 64% da precipitação esperada, segundo a Somar Meteorologia.
No mercado interno, a alta nos preços internacionais e o recuo do dólar frente ao real têm levado os produtores a adotar uma postura cautelosa, preferindo realizar apenas negociações pontuais. Safras & Mercado aponta que, mesmo com as altas nos preços do arábica e do cereja descascado, a movimentação está lenta, com os produtores analisando o cenário com cautela. Esse comportamento sugere que o mercado físico brasileiro poderá se manter aquecido, mas com uma oferta restrita, enquanto os produtores aguardam por uma definição mais clara das condições climáticas para a safra do próximo ano.
Fonte: Notícias Agrícolas
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