Café Recupera Fôlego nas Bolsas com Queda do Dólar e Estoques Mais Baixos
- Julhyana Veloso Nunes
- 26 de jun.
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O mercado internacional de café encerrou a quinta-feira (26) em alta, revertendo parcialmente as quedas acumuladas nas últimas semanas. O principal fator que sustentou essa recuperação foi a desvalorização expressiva do índice do dólar, que caiu para a mínima de três anos e meio, tornando as commodities agrícolas mais atraentes para investidores estrangeiros e estimulando a cobertura de posições vendidas. Esse movimento foi especialmente notório no robusta, que vinha pressionado por mínimos de mais de 13 meses, mas encontrou força compradora depois da notícia de que os estoques monitorados pela ICE recuaram para o menor patamar em cinco semanas.
Mesmo com o alívio técnico, analistas destacam que o quadro fundamental segue pressionado pelo avanço da safra brasileira, que aumenta a oferta de arábica e conilon. Vicente Zotti, da Pine Agronegócios, explicou que esse aumento de disponibilidade vem pesando nos preços no curto prazo, o que força especuladores a reavaliarem suas posições e contribui para oscilações abruptas. Ainda assim, o mercado tem mostrado bons níveis de suporte técnico, com sinais de que o robusta pode estar próximo de um piso sazonal, enquanto o arábica ainda teria algum espaço para testar cotações mais baixas antes de encontrar suporte mais firme.
No Brasil, o mercado físico continuou praticamente parado nesta quinta-feira, refletindo cautela dos compradores e vendedores diante da volatilidade internacional. Apenas Poços de Caldas apresentou alguma movimentação, mas mesmo assim com quedas discretas nos preços do arábica tipo 6 e do cereja descascado. Esse comportamento sugere que, apesar do repique técnico nas bolsas externas, o sentimento interno segue de observação, à espera de maior clareza sobre o ritmo da colheita, a evolução da demanda e o câmbio. A tendência de curto prazo é de manutenção de volatilidade, com ajustes pontuais ditados pelo clima, pelo dólar e pelos níveis de estoques globais.
Fonte: Notícias Agrícolas
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