Impactos da Seca e Movimentos de Mercado
- Julhyana Veloso Nunes
- 2 de set. de 2024
- 2 min de leitura

A recente análise do mercado de café destaca uma situação de adversidade climática no Brasil, onde o país enfrenta a pior seca em 40 anos, impactando diretamente as perspectivas para a safra de café. Apesar dessa severidade, o mercado já havia precificado muitos desses desafios, e o movimento atual reflete mais uma correção técnica do que uma reação abrupta. Isso é evidenciado pelos preços do café arábica, que caíram significativamente, com os contratos futuros para dezembro de 2024 e março de 2025 registrando quedas de 355 e 310 pontos, respectivamente. A queda nos preços é também influenciada pelo aumento substancial nos estoques certificados na ICE, que cresceram expressivamente em comparação ao ano anterior, adicionando mais pressão ao mercado.
Por outro lado, o robusta apresenta uma tendência oposta, com preços em alta. Os contratos futuros para novembro de 2024 e janeiro de 2025 mostram aumentos consistentes, o que pode indicar uma demanda mais robusta por este tipo de café, possivelmente em resposta às incertezas em torno da oferta de arábica. O movimento de alta nos preços do robusta sugere que, enquanto o arábica enfrenta uma pressão descendente devido à maior disponibilidade e à correção técnica, o robusta se beneficia de uma percepção de menor risco ou de uma demanda estável no mercado internacional.
No mercado interno, a situação é igualmente complexa, com os produtores brasileiros adotando uma postura cautelosa. Mesmo com a volatilidade observada nas bolsas de Nova York e Londres, os preços internos do café arábica e do cereja descascado mostram variações pontuais, refletindo a hesitação dos produtores em vender grandes quantidades diante das incertezas sobre a safra de 2025. Essa postura defensiva dos produtores, que preferem vender o mínimo necessário para garantir segurança nas negociações futuras, indica uma percepção de risco elevado em relação ao clima e à volatilidade dos preços, o que poderia impactar as estratégias de venda e o fluxo de exportações do Brasil nos próximos meses.
Fonte: Notícias Agrícolas
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