Mercado do Café Despenca com Perspectiva de Safra Maior e Pressão Cambial

A segunda-feira (12) foi marcada por fortes quedas nos preços do café nas bolsas internacionais, com destaque para o arábica e o robusta. Segundo analistas, o movimento foi impulsionado por fatores externos, como o recente acordo comercial entre Estados Unidos e China, que levou especuladores a se reposicionarem no mercado, e pela valorização do dólar, que atingiu seu maior nível em um mês, pressionando os preços em Nova York. Além disso, expectativas de uma safra brasileira mais robusta em 2025 também colaboraram para o viés de baixa.

A consultoria Safras & Mercado revisou para cima sua estimativa de produção de café no Brasil para a safra 2025/26, com destaque para um aumento significativo no conilon (20% a mais que o ano anterior), enquanto o arábica deve apresentar queda de 11% na comparação anual. Ainda assim, o volume total estimado de 65,51 milhões de sacas representa apenas uma ligeira queda de 1% em relação à safra passada. Mesmo com o número considerado elevado, especialistas como Eduardo Carvalhaes lembram que a produção segue insuficiente para atender à demanda interna e às exportações, o que mantém o mercado atento ao equilíbrio entre oferta e demanda.

No mercado interno, os preços seguiram a tendência negativa do cenário externo. As cotações do café arábica tipo 6 e do cereja descascado recuaram de forma significativa em diversas praças produtoras, refletindo a pressão da nova safra e a baixa liquidez. Com poucos estoques da safra 2024 ainda nas mãos dos produtores e o início da colheita de 2025, alguns negócios começam a surgir, mas ainda de forma tímida. O momento é de cautela, com agentes do mercado avaliando os próximos movimentos do clima, da colheita e da política global para definir estratégias comerciais.

Fonte: Notícias Agrícolas